Há mais de um ano no ar, o programa Conexão Morena, formado pelos jornalistas Oziel Aragão, Andreyver Lima e Lavínia Sízinio na rádio Morena FM, em parceria com a OZITV, tem se destacado por abordar temas de grande relevância para Itabuna e região. Na última semana, três pautas discutidas no programa ganharam ampla repercussão no município.
Feira do São Caetano
O atraso na entrega da Feira Livre do São Caetano é um tema recorrente no programa, mas ganhou destaque esta semana devido aos constantes apelos dos feirantes. Eles têm relatado as dificuldades estruturais e financeiras enfrentadas pela categoria nos últimos dois anos, período em que foram realocados para um galpão provisório no prolongamento da Avenida Manoel Chaves.
O atraso na entrega da feira que estava previsto para o início de 2024 está impactando diretamente cerca de 400 feirantes cadastrados. As dificuldades são agravadas pela queda nas vendas. “Hoje em dia, a gente compra 5.000 laranjas, 200 abacaxis, 10 caixas de manga, mas aqui só conseguimos vender cinco caixas em uma semana”, disse um feirante. Ele ainda destacou a dificuldade em lidar com produtos perecíveis. “Se a mercadoria estraga, a gente perde tudo e ainda tem que pagar o dobro na próxima compra. É um ciclo difícil.”
Outro feirante relatou o impacto direto no faturamento: “Ontem mesmo, quase 13h, eu tinha vendido apenas R$ 40. Isso é desanimador.” Ele explicou que o modelo de pagamento por consignação agrava a situação. “Compramos a mercadoria e temos oito dias para pagar. Mas com as vendas tão baixas, fica difícil honrar os compromissos.”
A obra está sendo executada pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), com um investimento total na obra de R$ 9.915.723,51.
Apoio às fanfarras de Itabuna
Na terça-feira (21), o presidente da Câmara Municipal de Itabuna, Manoel Porfírio (PT), participou de uma entrevista no programa. Entre os diversos assuntos debatidos, um tema em especial chamou a atenção, por ter sido sugerido diretamente pelos ouvintes.
Porfírio ressaltou a relevância de apoiar atividades como fanfarras, comparando seu impacto social e educativo ao de projetos em escolinhas de futebol. “Investir na música, na arte e no esporte dá frutos”, afirmou. Quando provocado sobre o papel do legislativo em apoiar essas iniciativas o vereador destacou. “A Câmara pode levantar essa bandeira, mas não podemos gerar despesas diretamente”.
Ainda na terça-feira, o tema ganhou força com o anúncio da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC), que realizou uma reunião com agentes culturais do segmento de fanfarras. Entre as propostas debatidas, destacaram-se a reestruturação dos grupos, capacitação de músicos, aquisição de instrumentos e ampliação de apresentações em eventos cívicos e culturais.
Matrículas educação infantil na Rede Municipal
Na quarta-feira (22), outra discussão relevante tomou conta do programa, envolvendo denúncias de pais e responsáveis sobre a dificuldade de matrícula na educação infantil na Rede Municipal de Ensino. Vídeos registraram longas filas em frente a algumas escolas, evidenciando a alta demanda por vagas, especialmente em creches como a do Instituto de Educação Infantil Lúcia Oliveira, no centro da cidade. A calçada da escola foi tomada nas últimas 24 horas por famílias que trouxeram lanches, água, bancos e papelão para suportar a madrugada.
Uma mãe, moradora do condomínio Gabriela Jubiabá, em Nova Ferradas, relatou a dificuldade enfrentada. “Cheguei aqui às 5h da manhã com meu filho, depois de sair de casa às 4h50, porque o ônibus passa exatamente às 5h. E mesmo assim, não consegui vaga. Não dormir. É muito frustrante”, lamentou.
Outra mãe que passou a noite em frente à escola contou como improvisou para enfrentar a situação. “Usei papelão para me enrolar e tentar dormir um pouco com meus dois filhos, de dois e três anos. A procura está muito grande, e sabíamos que seria assim porque a oferta de vagas é muito menor que a demanda”, explicou.
A direção da escola confirmou que a alta procura gerou situações de filas durante a madrugada. “Infelizmente, a quantidade de vagas disponíveis é insuficiente para atender a todos. Cada sala comporta 16 crianças, mas essa capacidade pode ser reduzida em casos de crianças com necessidades especiais. Isso acaba restringindo ainda mais o número de vagas disponíveis”, afirmou a diretora do instituto, Jaimara Reis.
Ainda na quarta-feira(22), a prefeitura de Itabuna emitiu um nota sobre a situação informando que não há necessariamente falta de vagas para creches e educação infantil na Rede Municipal de Ensino. Na verdade o que há é maior procura maior de vagas em determinadas unidades escolares do que a disponibilidade, a exemplo do Instituto de Educação Infantil Lúcia Oliveira.
Segundo o secretário municipal da Educação, Rosivaldo Pinheiro, por determinação do prefeito Augusto Castro (PSD), a partir do dia 29, com o fechamento do prazo de matrículas, a Secretaria Municipal da Educação vai trabalhar para encontrar uma solução que atenda às necessidades. “Portanto, todos os casos pendentes serão solucionados, inclusive, com a prerrogativa de abrir vagas na própria escola nos casos possíveis ou em unidade mais próxima possível da residência das famílias”, informou a nota.
O Conexão Morena reafirma seu papel como um espaço de diálogo e mobilização, contribuindo para a busca de soluções para as demandas da população.
