A Polícia Civil da Bahia prendeu 47 pessoas e cumpriu 78 mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (20) durante a Operação Petrus, que investiga uma organização criminosa suspeita de movimentar cerca de R$ 80 milhões em contas bancárias por meio de atividades ilegais ligadas ao tráfico de drogas e armas.
A operação, autorizada pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Itabuna, contou com o apoio das polícias civis de diversos estados, incluindo Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina.
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A polícia não especificou quantas prisões ocorreram em cada estado, mas informou que, em Itabuna, cerca de 20 pessoas foram alvos da operação. Na casa de um dos investigados, foram encontrados R$ 10 mil em dinheiro. No Conjunto Penal de Itabuna, dois mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos.
Os detidos são apontados como líderes da organização e responsáveis pela gestão financeira do grupo, que controlava o tráfico em cidades da Bahia enquanto se escondiam em comunidades cariocas.
De acordo com a delegada Rogéria Araújo, diretora do Departamento de Polícia do Interior (DEPIN), a operação teve impacto direto na redução dos crimes de homicídio, não apenas em Itabuna e Ilhéus, mas em todo o estado. Além disso, a desestruturação da organização revelou sua influência em outros estados do país. “Essa facção criminosa nasceu aqui em Itabuna, ganhou força e expandiu suas atividades para diversas regiões”, destacou.
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O coordenador da 6ª Coorpin, Dr. Paternostro, ressaltou o comprometimento da Polícia Civil de Itabuna em realizar investigações cada vez mais estratégicas e eficazes. “Mais uma vez, demonstramos o espírito de união e integração. Dois anos atrás, Dr. André Aragão propôs que saíssemos do padrão tradicional de prisões e fossemos além, investigando o braço financeiro do crime organizado. Criamos uma equipe especializada em análise de dados e informações financeiras, que trabalhou quase que diuturnamente para aprofundar as apurações”, explicou.
Com o avanço da investigação, foi necessário reforço de outras coordenadorias e da Diretoria Regional Sul/Sudoeste. “A apuração foi ganhando corpo, e percebemos que precisaríamos de mais apoio. Há um ano, apresentamos o caso à delegada-geral, que decidiu romper paradigmas e ampliar o alcance da operação”, concluiu.
A Polícia Civil segue monitorando os desdobramentos do caso e trabalha para ampliar a repressão ao crime organizado no estado.
Ações em outros estados
Ainda no Rio de Janeiro, os agentes encontraram um bunker em construção, que seria utilizado tanto como rota de fuga quanto para a entrada de drogas na região.
Em São Paulo, um casal foi preso. O homem é investigado por envolvimento no assassinato de um delegado em Anagé, no sudoeste da Bahia, em abril de 2018, além de ser suspeito de participação em assaltos a bancos e sequestros mediante extorsão.
As investigações indicam que o grupo possuía uma estrutura organizada, com atuação dentro e fora da Bahia. Além de comandar o tráfico de entorpecentes e armamentos, os suspeitos estariam envolvidos na lavagem de dinheiro para disfarçar os lucros obtidos com os crimes.
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