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Cobrança de pedágio em trechos das BR-324 e BR-116 na Bahia será suspensa a partir desta quinta-feira (15) após saída da ViaBahia

Contrato da ViaBahia, concessionária responsável pela administração dos trechos desde 2009, encerra oficialmente às 23h59 desta quarta-feira (14)

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A cobrança de pedágio nas rodovias BR-116, BR-324, BA-526 e BA-528 na Bahia, será suspensa a partir desta quinta-feira (15), com o encerramento do contrato da ViaBahia, concessionária responsável pela administração dos trechos desde 2009. A concessão encerra oficialmente às 23h59 desta quarta-feira (14).

A partir desta quinta-feira (15), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) será responsável pela administração, operação, manutenção e conservação das rodovias, até ser realizado o leilão para a licitação que contratará a nova concessionária. A data ainda não foi informada.

Segundo Viviane Esse, secretária nacional de transporte rodoviário, o DNIT vai atuar de forma emergencial e restaurar o pavimento e a sinalização das rodovias, que atualmente estão em más condições.

Cobrança de pedágio nas BR-324 e BR-116 será suspensa a partir desta quinta-feira (15) após saída da ViaBahia — Foto: Reginaldo Pereira/Agência A Tarde/AE

No dia 21 de março, através das redes sociais, Renan Filho, ministro dos Transportes, anunciou que as rodovias voltariam a receber investimentos do DNIT e o acordo foi feito após uma longa negociação com o Ministério dos Transportes e o Tribunal de Contas da União (TCU).

“Essas rodovias que já causaram muita tristeza ao povo da Bahia voltarão a receber investimentos por meio do DNIT, que já vai entrar fazendo obras no pavimento, e terá um novo projeto para transforma-la definitivamente que irá a leilão ainda este ano”, disse o ministro Renan Filho.

Paralelamente, a Infra S.A. está elaborando estudos para um novo contrato de concessão, com previsão de leilão ainda em 2025. O objetivo é atrair investimentos significativos para a modernização e ampliação da infraestrutura rodoviária na Bahia.

O acordo estabelece que a União pagará à ViaBahia um ajuste financeiro de R$ 681 milhões, dividido em duas parcelas, como compensação por investimentos não amortizados e bens não depreciados.

Em 28 de abril, o governo federal confirmou o pagamento da primeira parcela do acordo com a ViaBahia para que a concessionária deixe a administração das rodovias.

A parceria foi encerrada após queixas contra a empresa e a falta de cumprimento de acordos. A situação da ViaBahia foi considerada um caso “grave” pelo Ministério da Casa Civil.

De acordo com a pasta, entre as exigências que não estavam sendo cumpridas está a realização de obras, como a recuperação do pavimento asfáltico e iluminação da pista.

Como apontado pelo ministro Rui Costa à época, a concessionária teve até 19 de setembro para entrar em acordo com o governo federal e estabelecer novas datas para o cumprimento das medidas, o que não aconteceu.

“Não se chegou a um acordo. Nós solicitamos, então, que a ViaBahia saísse, deixasse o contrato”, esclareceu.

A ViaBahia ganhou a licitação, em outubro de 2009, para administrar por 25 anos o trecho de aproximadamente 680 quilômetros de ambas as rodovias. A cobrança do pedágio teve início pouco mais de um ano depois, em dezembro de 2010, após a realização de algumas obras emergenciais.

No ano seguinte, em julho de 2011, o Ministério Público Federal na Bahia (MPF) entrou com uma ação contra a concessionária alegando irregularidades na BR-324, como imperfeições, buracos no acostamento e na rodovia, além de passarelas sem cobertura. De acordo com o MPF, os problemas deveriam ter sido resolvidos antes da cobrança do pedágio.

Em 2013, o Ministério Público entrou com outra ação contra a concessionária, solicitando que a Justiça federal suspendesse a cobrança de pedágios na BR-324 por não apresentar um cronograma de execução das obras.

Em outubro de 2020, o ministro de infraestrutura da época, Tarcísio de Freitas, criticou o serviço prestado pela ViaBahia. Ele alegou que a empresa só executou 30% das obras previstas, deixou de executar as duplicações e, por isso, ameaçou encerrar o contrato com empresa.

Em julho de 2022, o MPF entrou com uma ação civil pública na Justiça Federal contra a União, a ANTT e a ViaBahia para execução de obras emergenciais na BR-324 para diminuir acidentes no acesso ao distrito de Terra Nova e no trecho urbano de Amélia Rodrigues.

Texto: G1 Bahia

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