A Polícia Federal cumpriu, neste sábado (5), um mandado de busca e apreensão em Ilhéus, contra o empresário Samuel Franco, conhecido como Samuca. Ele é suspeito de atuar como operador financeiro em um esquema que teria movimentado R$ 1,4 bilhão por meio de contratos fraudulentos e obras superfaturadas.
Samuca é ligado ao ex-prefeito de Santa Cruz da Vitória, Carlos André Coelho (União Brasil), preso em dezembro durante a segunda fase da Operação Overclean, deflagrada pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU). As irregularidades estariam concentradas no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), especialmente na coordenadoria da Bahia, mas também envolvem outros órgãos públicos.
Durante as buscas, foram apreendidos eletrônicos e documentos relacionados a imóveis. A ação faz parte da terceira fase da operação, iniciada na quinta-feira (3), que também teve mandados cumpridos em Salvador, São Paulo, Belo Horizonte e Aracaju.
Um dos alvos foi o secretário de Educação de Belo Horizonte, Bruno Barral, afastado do cargo por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi nomeado com apoio de lideranças do União Brasil, como ACM Neto e o empresário José Marcos Moura, o “Rei do Lixo”, também investigado por suspeita de participação no esquema.
As apurações indicam que o grupo cometeu diversos crimes, incluindo corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça. Em uma das fases anteriores, a PF apreendeu R$ 1,5 milhão em um avião usado por Carlos André. Interceptações telefônicas revelaram o uso de linguagem cifrada, com expressões como “encomendas” e “robalos”, sugerindo repasses ilegais. Da Redação com informações do BahiaNoticias.
