O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) criou um grupo de trabalho com o objetivo de propor medidas contra a atuação de organizações criminosas, incluindo grupos de garimpo ilegal, em terras indígenas da região amazônica.
A medida foi assinada pelo ministro Flávio Dino e divulgada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (30). Participarão do grupo membros da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e de mais seis ministérios: Justiça e Segurança Pública; dos Povos Indígenas; de Minas e Energia; da Defesa; dos Direitos Humanos e Cidadania; da Fazenda; além das secretarias de Acesso à Justiça e Nacional de Segurança Pública.
O grupo terá um prazo de 60 dias para concluir e apresentar os trabalhos. Não haverá remuneração extra para os servidores indicados para integrar o grupo.
Pelo menos 570 pequenos indígenas de até 5 cinco anos já morreram no território Yanomami durante os últimos quatros anos em decorrência de desnutrição e outras doenças evitáveis. Desde o início da atuação da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) na região, mais de mil indígenas da etnia foram resgatados em estado de desnutrição avançada e com outros problemas de saúde.
Tragédia humanitária na Terra Indígena Yanomami
A situação mais grave está na parte Norte do território Yanomami , onde estão dois pelotões especiais de fronteira do Exército – e a maior concentração de garimpo no Território Yanomami.
Na noite de ontem, domingo (29), o Fantástico exibiu uma reportagem dentro da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, e capturou o cenário de uma tragédia humanitária. De acordo com os dados exibidos na reportagem, no ano passado, foram registrados 22 mil casos de malária – em uma população de 30 mil Yanomamis. No entanto, no Homoxi, onde o posto foi tomado e queimado pelo garimpo, houve apenas 7 casos notificados. Gerando suspeita de que os números oficiais não refletem toda a realidade.
Nos anos 1990, uma grande operação do Governo Federal retirou os garimpeiros que haviam invadido a região. Em 1992, a Terra Yanomami foi demarcada. Depois disso, o garimpo quase desapareceu. Mas voltou em 2016 – e em escala brutal. Os números mostram que o aumento dos casos de malária acompanha o do garimpo. Em dezembro de 2022, a área atingida pelo garimpo chegava a 5 mil hectares. Um aumento de mais de 300% em relação ao final de 2018.
Com dados do Ministério da Saúde, o Fantástico separou só as mortes por desnutrição de crianças de zero a 5 anos. Foram 152 nos últimos quatro anos, contra 33 no período anterior. Um aumento de 360%.
Fonte:Metro1/G1
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