Indígenas fazem protesto no conjunto penal de Itabuna contra condenação de mulher por atropelar e matar criança

Indígenas de diversas etnias estão acampados e fazem protesto na porta do conjunto penal de Itabuna, contra a condenação de uma mulher, também indígena, pela morte do menino Enzo Gabriel Oliveira dos Santos, de 4 anos, atropelado com uma caminhonete, em 2021, na cidade de Pau Brasil.

Eles são das etnias Pataxó Hãhãhãe, Pataxó e Imboré, das cidades de Camacan, Pau Brasil e Itaju do Colônia, e esperam indígenas de outros estados para reforçar o protesto.

Eles são contra a condenação de Tehiana Gomes de Freitas Pataxó. Na época, ela tinha 18 anos e não tinha habilitação para dirigir. No momento do crime, ela dirigia o veículo do namorado, Renato Santos Rocha, que também foi preso e condenado.

O caso aconteceu no dia 3 de junho de 2021 e o julgamento na quinta-feira (25). A criança chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. A defesa de Tehiana entrou com um recurso para que ela responda pelo crime de trânsito, e não por homicídio, pelo qual ela foi condenada.

Veja abaixo as duas sentenças:

  • Tehiana Gomes de Freitas Pataxó foi condenada a 13 anos de reclusão em regime fechado;
  • Renato Santos Rocha foi condenado a 2 anos de detenção com regime de liberdade e 2 anos e oito meses de suspensão para dirigir.

Segundo a polícia, os dois ingeriram bebidas alcoólicas em um bar na zona rural de Pau Brasil, antes de Renato passar a direção da caminhonete para Tehiana.

Ainda segundo a polícia, a condutora do veículo perdeu o controle e invadiu a calçada, atropelando Enzo Gabriel, que estava ao lado da mãe. Ela e o namorado fugiram com o carro ainda ligado, pressionando o corpo da criança contra a parede de uma casa.

Na época o casal chegou a ser preso, mas depois foi liberado para responder pelo crime em liberdade.

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