O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta quarta-feira, 21, uma “mobilização parcial” dos russos em idade de combater na Ucrânia e advertiu o Ocidente que o país está disposto a utilizar “todos os meios” em sua defesa.
“Isto não é um blefe”, declarou Putin, que acusou os países ocidentais de querer “destruir” a Rússia e impor uma “chantagem nuclear” contra seu país, dando a entender que suas forças estariam dispostas a utilizar armamento nuclear. Diante da contraofensiva relâmpago das forças ucranianas, que provocaram o recuo do exército russo, Putin optou por uma escalada no conflito, com uma medida que abre o caminho para o envio de mais militares à Ucrânia. A ordem para o envio de mais tropas envolve 300.000 reservistas, o que, em suas palavras, representa apenas “1,1% dos recursos que podem ser mobilizados”.
No pronunciamento, o presidente russo disse também que dará apoio aos referendos de separação da Ucrânia anunciados em regiões como Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia, invadidas pela Rússia. Putin também disse ter prorrogado indefinidamente os contratos dos soldados que já estão lutando no país vizinho e anunciou ainda o aumento de gastos com a produção de armamentos. Segundo cálculos da ONU, o conflito já matou 5.916 civis.
O discurso de Putin gerou reações imediatas de governantes da Europa. Apesar de mostrarem certa preocupação com o tom ameaçador de Putin, representantes de países como Alemanha e Reino Unido avaliaram que as novas ações anunciadas pelo líder russo são o sinal de que Moscou está perdendo a guerra na Ucrânia.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, chamou as palavras de Putin de “retórica perigosa e imprudente”. Até o papa Francisco, em audiência semanal no Vaticano, falou sobre a ameaça travada por Putin. “É uma loucura pensar em usar armas nucleares neste momento”, declarou o pontífice durante sua audiência semanal no Vaticano. Já a ministra de Relações Exteriores do Reino Unido, Gillian Keegan, disse que o discurso é uma “escalada preocupante”. G1.
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