Investigado por cometer injúria racial contra uma auditora que representava a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), o médico obstetra Luís Leite foi encontrado morto na quinta-feira(21), dentro da casa onde morava, no condomínio Jardim das Hortências, em Itabuna.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-192) confirmou o óbito no local e acionou o Departamento de Polícia Técnica para a remoção do corpo. Inicialmente a morte do médico levantou suspeitas, já que uma quantidade considerável de medicamentos foi encontrada em seu quarto. Contudo, a perícia constatou que o médico morreu de causas naturais, devido a uma insuficiência respiratória, congestão e tromboembolismo pulmonar.
Luiz tinha conseguido um habeas corpus há pouco mais de duas semanas e teve direito a recorrer em liberdade. Anteriormente ele estava preso no Conjunto Penal de Itabuna desde o dia 24 de outubro deste ano.
Entenda o caso
O caso aconteceu no dia 21 de fevereiro deste ano. Na denúncia, a auditora, que é uma mulher negra, disse que o obstetra falou que ela era bonita por ter “sangue branco”.
O caso aconteceu durante uma auditoria na Maternidade Otaciana Pinto, onde o médico estava de plantão. “A vítima diz que trata-se de uma frase racista, ela estava no hospital quando foi abordada por esse médico, elogiando a cor da pele e afirmando que se ela tem uma pele bonita é porque ela tem sangue de branco”, disse a delegada Lisdeili Nobre, que investiga o caso.
Ele chegou a ser preso, na ocasião. No entanto, pagou fiança de R$ 14,1 mil — aproximadamente 10 salários mínimos — e foi solto dias depois. O médico voltou a ser preso somente meses depois, em 25 de novembro, após a decisão da Justiça. Ele voltou a ser solto pouco tempo depois, em 5 de novembro.
Por meio de advogados, o médico negou o crime desde o início das investigações. Segundo a defesa, Luís havia feito um “elogio”.
De acordo com os advogados do médico, o sepultamento vai ocorrer em Salvador, cidade natal do médico.
