Em entrevista à rádio Conexão Morena FM, na manhã desta sexta-feira (23), o presidente do Sindilimp, José Carlos, expôs uma série de denúncias envolvendo a empresa Biosanear e cobrou respostas efetivas da Prefeitura de Itabuna quanto às condições de trabalho dos garis e à recente paralisação na coleta de lixo.
A entrevista foi conduzida pelo jornalista Oziel Aragão, que interrompeu a leitura da nota oficial enviada pela Prefeitura, afirmando ter contratado caçambas para suprir a demanda da coleta do lixo, para relatar o cenário caótico presenciado em diversas ruas da cidade. “Passei por vários bairros por volta das 11h da manhã e não vi nenhum caminhão. O lixo estava acumulado de forma absurda”, afirmou o comunicador.
A Prefeitura informou que a interrupção foi motivada por uma mobilização sindical em resposta à demissão de um motorista da Biosanear. A empresa, por sua vez, também emitiu comunicado alegando um “problema interno”. No entanto, José Carlos foi enfático ao afirmar que a demissão foi apenas o estopim de uma série de demandas ignoradas pelo poder público e pela empresa. “O problema é muito maior. Existe um histórico de descaso, de más condições de trabalho, e a demissão só foi o gatilho que deu início à paralisação”, declarou.
Durante a entrevista, o líder sindical apresentou um laudo técnico produzido por uma engenheira de segurança do trabalho, fruto de uma análise detalhada nas garagens de limpeza urbana e aterros sanitários do sul e extremo sul da Bahia. O documento revela situações alarmantes de insalubridade e riscos à integridade física dos trabalhadores. “Estou entregando esse diagnóstico em suas mãos, Oziel, para que Itabuna saiba o que esses trabalhadores enfrentam. O mesmo laudo foi entregue à Prefeitura e a Biosanear, mas até agora nenhuma providência foi tomada”, destacou.
José Carlos também lamentou que os garis só ganhem visibilidade diante de crises como essa. “Infelizmente, só lembram do trabalho deles quando o lixo começa a se acumular. Mas esses profissionais enfrentam riscos todos os dias, em silêncio, sem reconhecimento e, pior, sem segurança.”
A atuação do Sindilimp se mostra essencial para dar voz a uma categoria historicamente invisibilizada. O sindicato cumpre seu papel ao denunciar, exigir providências e proteger os direitos dos trabalhadores da limpeza urbana, que prestam um serviço essencial à saúde pública e à dignidade da cidade.
