Em Santo Estêvão, ACM Neto fez o que muitos políticos evitam: foi direto ao ponto. Sem rodeios, o secretário-geral do União Brasil cravou que o partido não marchará com Lula em 2026. Em tempos de discursos mornos e alianças de ocasião, a fala soa como um recado claro – tanto para a base lulista quanto para os indecisos do próprio União.
Neto tenta redesenhar seu espaço no xadrez nacional após a derrota na Bahia em 2022. E ao mirar 2026, sinaliza que não está disposto a subir no mesmo palanque do PT, mesmo que parte do partido hoje esteja confortável em Brasília. É como se dissesse: “Podem até flertar com o Planalto, mas na hora H, o caminho será outro.”
A fala também expõe uma ferida interna: o União Brasil ainda precisa decidir quem quer ser quando crescer. Vai seguir como linha auxiliar do governo ou assumirá, de fato, o protagonismo que o tamanho da sigla permite?
ACM Neto tenta puxar esse freio. E faz isso com o estilo que o consagrou em Salvador: fala branda, mas recado firme. Resta saber se o partido vai com ele – ou se vai continuar preferindo o conforto das benesses federais.