Ausência de sistema moderno de aproximação inviabiliza pousos em dias de mau tempo e reforça apelo por solução política
Duas aeronaves comerciais precisaram alterar a rota e pousar em Salvador nesta quinta-feira (29) após tentativas frustradas de aterrissar no Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus. Os voos, um da Azul, vindo de Belo Horizonte, e outro da Latam, com origem em Guarulhos, não conseguiram pousar no sul da Bahia por conta da baixa visibilidade causada pelo mau tempo.
O episódio, cada vez mais comum em períodos de chuva, evidencia os prejuízos operacionais para as companhias aéreas e transtornos para os passageiros. Atualmente, o aeroporto de Ilhéus opera sem um sistema de aproximação por instrumentos. Isso obriga os pilotos a visualizarem a pista a pelo menos 7 quilômetros de distância para realizar o pouso com segurança o que, segundo especialistas, contribui significativamente para o elevado número de arremetidas e alternâncias de voo na cidade.
Em entrevista ao programa O Tabuleiro, da Rádio Ilhéus FM, no dia 28 de novembro do ano passado, o piloto internacional Alexandre Mendes defendeu a implementação do sistema GPS RNP AR. Já utilizado em terminais como os do Rio de Janeiro e Caxias do Sul, o recurso permitiria aproximações mais seguras mesmo com céu encoberto — sem a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura local. A adoção da tecnologia, no entanto, depende de autorização do Ministério da Defesa, o que exige articulação política.
A necessidade de modernização do aeroporto é pauta constante entre profissionais da aviação e representantes do setor turístico e empresarial da região. Neste ano, a Associação Comercial e Industrial de Ilhéus realizou um fórum para discutir a retomada da operação por instrumentos e a atualização da carta de voo. As medidas são vistas como essenciais para garantir regularidade nas operações, segurança nos pousos e redução no custo das passagens.
Com informações: O Tabuleiro
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