Cirurgias cardiológicas sempre foram demandas desafiadoras para o Sistema Único de Saúde (SUS). Em Itabuna, três pacientes internadas no Hospital de Base estão enfrentando o mesmo dilema enfrentado por muitos brasileiros: seus nomes aparecem na tela, mas não são chamados por nenhum dos hospitais de referência.
Ana Paula Serafim Santos, 47 anos, Maria Alves Vasconcelos Irma, 67 anos, e uma adolescente de 17 anos, aguardam pelo procedimento há 2, 3 e 8 meses, respectivamente. “Estou aqui esperando por uma transferência para trocar a válvula do coração, que já está vencida há 2 anos”, revela Ana Paula. Já a paciente Maria Vasconcelos Irma precisa desobstruir as artérias. Ela estava na lista de espera há 90 dias e, nesta segunda-feira, 20, recebeu a boa notícia de que será transferida para um hospital em Vitória da Conquista. Enquanto isso, no caso da adolescente, será necessária uma transferência para Salvador.
Segundo Roberto Gama, presidente da FASI, o Hospital de Base funciona como porta de entrada, onde o paciente é acolhido, tratado e seu nome é inserido no sistema de regulação. Enquanto aguardam por um hospital de referência absorver a demanda, os enfermos permanecem internados. “Se forem liberados, saem da fila de transferência”, esclarece.
Em entrevista à Rádio Morena FM 98,7, o médico Eric Ettinger Júnior esclareceu que as cirurgias cardíacas são realizadas pelo grupo Santa Casa e o Regional Costa do Cacau. No entanto, é necessário disponibilidade de vagas e peças de reposição, como no caso da válvula cardíaca de Ana Paula Serafim.
O Ministério da Saúde alcançou avanços significativos na redução das filas de espera no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país. A Bahia registrou o maior número de cirurgias realizadas por meio do Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas (PNRF) entre todas as 27 unidades da federação. De março a outubro de 2023, foram executados 66.044 procedimentos cirúrgicos no estado. A região Nordeste se destacou com a realização de 134.034 cirurgias eletivas. Para 2024, a pasta já disponibilizou R$ 84,2 milhões para continuidade do programa na Bahia.
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